domingo, 29 de março de 2009

Dê as costas como você sempre faz

"Eu sou
Um pouco de solidão
Um pouco de negligência
Uma plenitude de reclamações
Mas eu não posso evitar o fato
De que todos podem ver essas cicatrizes
Eu sou
O que eu quero que você queira
O que eu quero que você sinta
Mas é como se
Não importasse o que eu faço
Eu não posso lhe convencer
A simplesmente acreditar que isso é real
Então eu simplesmente deixo acontecer
Te observando
Dê as costas como você sempre faz
Abaixe o rosto e finja que
Eu não estou
Mas eu estarei lá
Porque você é tudo que eu tenho

Eu sou
Um pouco de insegurança
Um tanto quanto inconfidente
Porque você não entende
Eu faço o que posso
Mas às vezes eu não faço sentido
Eu sou
O que você nunca quer dizer
Mas eu nunca tive dúvida alguma
É como se não importasse o que eu faço
Eu não posso lhe convencer
Por uma só vez a simplesmente me ouvir
Então eu simplesmente deixo acontecer
Te observando
Dê as costas como você sempre faz
Abaixe o rosto e finja que eu não estou
Mas eu estarei lá
Porque você é tudo que eu tenho

Eu não posso sentir
Da mesma maneira que sentia antes
Não vire as costas para mim
Eu não vou ser ignorado
O tempo não vai curar
Esse dano nunca mais
Não vire as costas para mim
Eu não vou ser ignorado

Não
Escute-me agora
Você vai ter que me ouvir
Querendo ou não
Agora mesmo."




Agora você vai me ouvir querendo ou não,
porque estou num momento de choque reflexivo (ótima ressaca, ótimas lembranças)
Patétíco é esse movimento de abandono voluntário, dar as costas pra o que você simplesmente não consegui lidar.
Antes eu me importaria e sua fragilidade seria minha base, o meu consolo eram sempre seus conflitos.
Depois do fatídico dia, não mais. Talvez o vapor etilico tenha me feito ver coisas que antes eu nâo enxergava...
agora tudo é muito mais simples, eu entendo que não tenho nada pra entender, que não há duvidas, que não há rabo de história por se resolver.
Como toda a história real que acontece na vida de todo mundo, o mais piegas aconteceu, sem reviravoltas, sem guinadas do destino, apenas o final foi o fim, como sempre é, e só eu nao queria enxegar.
Agora que vejo entendo como tudo foi patético:
eu por não ter tido coragem de acreditar até agora
você por dar as costas como você sempre fez...

A lição do dia, se é que existe algum proveito em histórias piegas, patéticas e etilicas, é que o final é sempre quando termina...e nao quando eu quero q termine.
(pelo menos nesse momento ambas as coisas coincidem!)