terça-feira, 9 de dezembro de 2014

afronta as fogosas

eis que no momento em que estava indo buscar o quinto café do dia só pra ter o que fazer me deparo com esse vídeo "polêmico"

http://globotv.globo.com/rede-globo/altas-horas/v/anitta-e-pitty-discordam-em-debate-sobre-liberdade-sexual-feminina/3815453/

pra quem ficar com preguiça de ver ( e eu juro que te compreendo) é um trexo do altas horas em que a Annita (sim a mina que desce e rebola e expulsa as invejosas) fala sobre como as mulheres por terem conquistado todos os direitos e igualdade plena com os homens estão partindo para cima doshomitudo e pegando geral e o quanto ela acha que isso depõe contra o carater da mulher

não quero comentar o quanto a pitty arrancou a cabeça da Poderosa e saiu chutando porque fica claro pela reação da plateia e até porque não é grande mérito acabar com um argumento esdrúxulo desse, dito por uma pessoa com um conhecimento tão raso e superficial exposto em um discurso pobre e quase sem sentido a ponto de eu quase ser uma heroina por ter entendido o que a Annita quis dizer.

Ha 3 meses atrás cuidei de uma paciente que teve uma complicação grave devido uma meningite, a meninia ficou entre a vida e a morte, felizmente evoluindo bem, porém toda a equipe médica sabia que ela teria sequelas graves mas a família tinha dificuldade em aceitar que a filha deles não seria a mesma. Foi um caso que mexeu muito comigo, me envolvi, sofri e fiquei muito próxima da mãe e da avó que eram muito gratas a tudo que estava sendo feito; o pai, porém,  nunca dirigia a palavra a mim.
repetidas vezes ele entrava na sala e falava "  eu quero falar com o chefe". Só que o chefe era sempre uma mulher ( pediatra formada, intensivista e competente suficiente pra ser chefe da uti) e as respostas dela nunca eram satisfatórias e ele sempre saia destratando alguém.
duas semanas depois troquei de estágio e no meu lugar ficou meu amigo,residente como eu ( e portanto com menos conhecimentos do que a chefe da uti), porém subitamente as respostas dele pra o pai eram satisfatórias.  Ele era só educação para com o DOUTOR. A chefe continuava sendo a mesma, as condutas continuavam sendo ditadas por ela, mas agora por ter um homem envolvido parece que na boca do DOUTOR ela fazia sentido.
Isso sem contar as diversas vezes em que os pais das crianças se dirigem a nos como "psiu, o enfermeira", com a certeza de que pelo meu gênero pudesse se determinar minha função, afinal só em marte vemos enfermeiros homens e médicas mulheres.
obs- enfeirmeiras (os) são o máximo e julgo ser uma profissão 10 vezes mais nobre que de um médico,  e trabalhei com enfermeiras que salvaram minha pele diversas vezes, o que me incomoda não é acharem que sou enfermeira, mas acharem que podem pressupor.

Portanto Annita, não, não vivemos num mundo onde a última conquista que falta pra mulher é sair pra pegar geral.  Temos que provar dia a dia que somos tão competentes como os homens porque para já começamos de um pressuposto de inferioridade. a partir do momento que existem pessoas  que deixam claro que julgam mais competente um profissional homem só por ser homem não podemos dizer que obtivemos todas nossas conquistas.

Não acredito nessa onda que vem se instalando do "direito das minorias", o que eu vim pregar não é um "bolsa-mulher" mas uma ideologia,  um pensamento.  É poder educar nossos filhos a julgar atitudes e não figuras.  A pessoa nasce de uma cor, nasce de um gênero,  nasce com um tipo de corpo e isso não tem nada a ver com escolhas; mas ela se torna aquilo que ela QUER ser por suas próprias atitudes.  quero ensinas meu filho que a mamãe pode sair pra trabalhar ou pode cuidar dele em casa, que ambas as coisas são aceitáveis e que se o papai quiser ficar em casa pra cuidar dele tudo bem também.

moral da história: nunca ouça pseudo celebridades elas podem tomar um puta tempo do seu ócio

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Saco vazio não para em pé

Hoje fui preencher um questionário no estilo "aperte o botãozinho que mais parece com a sua opinião" e com algumas questões abertas com espaço para dissertar a respeito do que você pensava.
Comecei a responder e nas questões abertas notei que estava respondendo tudo em tópicos sem unir as palavras uma a outra, mesmo que fizessem parte de um mesmo pensamento...
Como cabeça vazia mente de demônio e por acaso encontro-me de recém férias, comecei a pensar que eu nunca tinha sido esse tipo de pessoa-tópico. Sempre gostei de longas dissertações e de "justifique sua resposta" e de mostrar a cadência do meu pensamento e fui anos a fio feliz assim. A filha pródiga das ciências humanas e da boa e velha encheção de linguiça; eu tinha esse poder e me dava bem assim.Me dava bem assim até o primeiro ano de medicina...
O maravilhoso mundo do primeiro ano de medicina, o lugar em que finalmente descobri o quanto realmente era ruim ser péssima. Minhas notas iam sempre afundadas e eu não tinha a menor pista do porque, acreditava que ler o livro inteiro era muito melhor do que ler o resumo, acreditava que eu podia entender os conceitos ao invés de simplesmente decorá-los, acreditava que deveria dar respostas completas e não simplesmente respostas em tópicos, mas o fato é que a água só parou de bater na bunda e junto com ela o desespero e junto dele as promessas intermináveis e sempre renegociáveis com Deus, quando aprendi que estavam me treinando pra ser uma pessoa de uma única resposta certeira e não necessariamente uma pessoa de pensamento certo.
Minhas notas eram diretamente proporcionais a minha capacidade de retirar o pensamento do que eu pensava. 
Hoje, seis anos depois, praticamente formada, cheguei a esse cúmulo do ridículo de ficar horas sentada nesse computador tentando escrever esse texto boçal sentindo a maior dificuldade em unir as palavras, sem conseguir lembrar de absolutamente nenhum advérbio não mainstream de mais que desse um charminho pra minha ideia, mas sendo plenamente capaz de dizer:
                       - dificuldades em preencher o questionário
                       - dificuldades em cadenciar o pensamento
                      - provável resquício do pensamento imposto pela medicina
                      - viva o mais médicos  
      


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Começa o mundo enfim pela ignorância

Fiquei muda diante do teclado como me calei diante a vida.
Não existe eufemismo possivel ante a tragédia tão ao lado, não existe pouca exposição nem palavras completas que não tendam ao sensacionalismo.

A tristeza que cala sozinha e acompanhada da impotência. Essa última que não traz consolo, apenas o da fé. Esse último que nos diminui, nos coloca no tamanho mínimo compatível com nosso tamanho real no universo.

Menosprezar essa impotência apenas mostra a ignorância frente a grandeza do que estamos vivendo. Uma vida diz adeus e tudo o que podemos fazer é acenar de volta, torcer para que faça boa viagem pelo caminho melhor e esperar até o dia em que nos viraremos apenas para acenar.

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?

Se formosa a luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol e na luz, falta a firmeza,

Na formosura não se crê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

[GREGÓRIO DE MATOS]


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Assim vou lhe chamar, assim voce vai ser...

E ele perguntava como um amor assim podia dar tão errado, e eu ignorante calava a resposta ..ou quando ainda mais ignorante gritava e esperneava por alguma outra coisa qualquer, a gota no vidro que escorria para o lado errado ou o acelerador do carro que ia afogado.

A verdade é que a grande pergunta nunca foi essa porque tudo funcionava justamente ao contrario, por ser o amor assim é que tudo dava errado, porque era do tipo de amor que de tão certo não deixava espaço pra nada mais ser certo.
Era certo conseguir pensar em outra coisa, era certo não passar todas as noites digitando declarações para depois não conseguir dizer nada ao vivo, era certo não ter a língua travada quando fosse dizer, era certo ir dormir ao invés que querer estar junto, era certo querer qualquer outra coisa do que estar sempre junto...mas ai chegava aquele amor e tudo o que seria certo se torna então enormemente errado porque  todo o sentido se concentrava só nesse amor, só pra ele, só por ele.

E por ele perdemos a razão que em algum momento tivemos,e colocávamos longe quando o que mais queria era puxar pra perto, e chorávamos quando o que mais queríamos era estar feliz, e calávamos quando o que mais precisava era falar por horas, e falávamos quando o peso do silêncio bastava para nos aconchegar.

"Quando o peso do silêncio bastava para nos aconchegar..." bastar... como se nesse amor alguma coisa bastasse, como se fosse possível se contentar com um fim, com qualquer fim...O fim talvez fosse o mais sem razão e o mais errado de tudo nesse amor.

Admiti-se absolutamente nenhum final
Que as gotas escorram pro lado errado,que tudo o mais perca a razão
Que o pensar constante beire a insanidade
Mas que nunca chegue ao final...




quarta-feira, 2 de maio de 2012

Amiga então será...

Chamemos então amiga. Bem poderia ser amor, bem poderia ser metade, bem poderia ser irmã, mas pela simplicidade de que necessita o belo,chamemos amiga.

Amiga então será, mas querendo mais ser chamada de igual. Ok, mudava a aparência, ela grande e eu pequena; e também o coração, o dela grande e o meu pequeno;de resto era o mesmo...principalmente aquela vontade de perfeição

Era como se quiséssemos mostrar pra vida,e pra todos que nela habitam, que se não formos escolhidas, é por pura incompetência e problema dela, porque nós eramos tudo: ao mesmo tempo que legal, inteligente;ao mesmo tempo que inteligente,animada; ao mesmo tempo que animada, bonita;ao mesmo tempo que bonita,alternativa;ao mesmo tempo que alternativa, bem sucedida;ao mesmo tempo que bem sucedida, legal.
E que não se engane quem pensa que nisso tudo falta modéstia porque era essa a origem de todos os males, era não acreditarmos em nada disso e procurar sempre o defeito, sempre aonde falta, sempre o que sobra, sempre nossa culpa, quase nunca nosso mérito.

Amiga então será, porque falta em mim profundidade: pra você sempre era de cabeça, de uma vez e até a ultima gota. Eu sempre olhando e tentando segurar,com meus sete passos para trás, escondida atrás de toda a razão, talvez não muito iguais, mas com certeza muito amigas.

Amiga então será, coberto de tudo que é belo, amiga pelo tempo,amiga pela intensidade,amiga   pelo que somos e pelo que nos ajudamos a ser. Nosso presente é bonito,nosso passado que nos julgue, porque nosso futuro virá grande, enorme e belo...feliz por ainda ter você

Minha amiga...

sábado, 14 de abril de 2012

Memórias das minhas putas tristes

"Me dá esse cigarro e sete isqueiros por favor!"
"Mas...sete isqueiros?"
"Quero ter certeza que o cigarro vai acender por completo e queimar rápido, bem rápido"
"E essa pressa? pra que que é?"
"Gastei quase todo meu tempo esperando quem nunca teve pretensão de realmente vir, agora me sobrou muito pouco..."

E ali sentada na cama, desgrenhada de pijama, circunscrita por papéis de bombom, inúmeros, me dei conta de como era patético e clichê curtir esse tipo de fossa covarde.
Mas então a voz amargurada lá de dentro dizia que realmente não se importava, pois que realmente fosse fraqueza comer todo aquele chocolate, pois que realmente fosse loucura desejar limpar todo o amargo de dentro com o doce vindo de fora, pois que de nada adiantasse ter diálogos imaginários com ele, repetindo cenas já vividas, só que agora sendo a mulher das palavras certas, sendo sensata e segura, tendo ele como seu marionete, enquanto mastiga o chocolate sozinha no quarto fazendo mais uma prega no pijama. Pois que tudo isso fosse só o patético do lugar comum, pois que transformasse a tristeza em algo vulgar, tirando todo o glamour das belas tristes, não se importava, porque a voz lá de dentro era forte, determinada, e realmente estava amargurada.

Existem as tristezas nobres e determinadas, que de tanto que doem nos incitam a abrir novas trilhas, descobrir novos caminhos, pra nunca mais ter que doer assim esse tanto. São tristezas grandes, tristezas de filósofos, tristezas que mudam histórias
Existe também a tristeza que comove mas não modifica, a tristeza que só tempera o cotidiano chato, mexe nas cores, faz ser bonito, tristeza de poeta que se não muda pelo menos embeleza
E existia a minha tristeza, xucra, mirrada e inútil. Era minha tristeza egoísta e sozinha, tão peculiar que quase podia mudar de nome e chama-lá insatisfação. Não era grande mal, não era enorme encomodo, era só a insatisfação de querer saber sem ter ao menos a pista de porque perguntava.


E era assim que latejava
Ali dentro
Naquele interior que nada mais querida dizer
Só se recolher lindo e quietinho dentro de si mesmo.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Sobre os sapatos...

E então contavam pelo menos 5 minutos em que me dedicava a saltitar por entre as poças e pedras soltas da calçada. Em intervalos razoavelmente regulares de 30 segundos me lembrava de amaldiçoar a maldita hora em que sucumbi à ideia estúpida de usar salto! Garoava aquela chuva fina e intensa que de tão fina e intensa me fazia sentir coberta por um véu gelado e úmido, que ensopava o cabelo, grudava a blusa, e fazia deslizar o sapato (de salto).

Salpicava todo o verniz vermelho com bolinhas de barro que saiam das frestas entre as pedrinhas da calçada, perigosamente soltas. Andava o mais rápido que minha cautela com as pedras e que meus saltos permitiam, já passava das 10 da noite. Talvez andar não era propriamente o termo, meus pés doiam, eu saltitava como podia no chão solto que escorregava, sempre com a cabeça baixa e o pescoço torto tentando não perder o foco, sempre no caminho.

Foi então que dei um saltinho mais ousado, desafiando uma poça monstro que se formava a minha frente e meus sapatos (sempre eles), mais precisamente do pé direito, achou que aquilo era de mais pra ele,que pular poças tudo bem, mas que pequenos lagos já era exagerar na petulância e num gesto de protesto arrebentou a tirinha de couro que o prendia ao meu pé.

Só não caí porque meu ultrajado pé se torceu todo pra me manter erguida, cobrando, é claro, sua parcela de dor. Só não xinguei mais porque desconhecia mais do que os 20 palavrões que proferi todos juntos e ao mesmo tempo,começando com aquele com P, passando por aquele com C ... e enquanto massageando o tornozelo ofendido, foi que tive tempo de levantar o pescoço e notar o prédio.

Branco, 15 andares com as sacadas pretas.

Sai do bar sem me preocupar muito com que caminho tomava,sabia que até em casa era só descer 3 quadras, à direita mais duas, independente da ordem que fizesse isso, daria certo. Fui andando entretida com a saga do salto, virando quase aleatoriamente aonde parecesse mais fácil seguir saltitando e desse jeito me coloquei ali bem em frente ao prédio.

Os olhos institivamente procuravam a janela do 4°, sacada da direita... a luz estava acesa!

Já fazia o que? Três anos desde a ultima vez? Pelo menos quatro desde que uma das chaves que abria a porta do 4° andar sacada da direita andava na minha bolsa, que os porteiros do prédio branco , não importando de qual turno, me conheciam pelo nome e me deixavam subir sem nem interfonar...
Subir sem interfonar era o tipo de coisa que acontecia no começo de toda piada de corno, mas eu jamais ia adivinhar que quando diziam " não leve a vida tão a sério" queriam dizer "não leve a vida tão a sério ela é uma piadista" e a vida tinha me separado uma piada de corno.

Olhava vidrada para aquela janela com a luz acesa, pensava no que ele podia estar fazendo agora... por esse horário, se bem conhecia, estava vendo algum filme legendado qualquer na tv, de preferencia algo violento e bobo, molhando o sofá de suor pós corrida da noite enquanto esperava o entregador da comida do jantar...

Tudo aconteceu bem perto da hora do jantar, bem intencionada coloquei o vestido azul de botões que ele tanto gostava, passei no japa comprar temakis e fui levar pro meu querido troglodita. 4 de salmão completo e dois de atum. Me sentia linda, me sentia feliz e orgulhosa de chegar tão perto de ser o que imaginava ser a mulher ideial pra um homem como aquele. Só não imaginava que um homem como aquele podia estar num dia como aquele, numa hora como aquela com aquela loira da calcinha rosa-choque. O resto foram gritos, lágrimas, barulho,um chumaço de cabelo loiro entre os dedos, e um cheiro incrivelmente forte de atum.

Mas aquilo já fazia tempo, tanto tempo que depois de um ano tentei perdoar e tudo que eu consegui foi entrar por uma ultima vez no apartamento de sacada preta do prédio branco e sair de lá convicta de que nunca mais voltava, nem passava na porta, pra não correr o risco... era de mais, depois de um ano de toda aquela cena achar um porta retrato escondido no gavetão com a foto daquele boto rosa-loiro.

E já fazia realmente tanto tempo que depois disso realmente nunca mais. Comprei roupas melhores, entrei na academia, deixei o cabelo crescer, aprendi 2 novas línguas, melhorei de emprego, comprei um apartamento maior, fiz uma tatuagem, mudei de religião, fiz amigos lindos e comecei a andar de salto...Sem tempo pra pensar nele, vivi a vida que sempre quis sem nunca me lembrar daquele passado com loiras em trajes sumários nem suor no sofá, ele era passado, eternamente passado, e eu uma nova mulher, sem qualquer rancor ou ressentimento.

O tornozelo já parava de doer, me erguia de vagar novamente pra retomar minha caminhada, quando o vulto apareceu... era ele, incontestavelmente era ele. Ou a sombra me enganava ou estava mais forte, os braços maiores... braços, antebraços e mãos...mãos que seguravam uma cintura fina e a jogava pra trás, pareciam rir, os cabelos dela voando para trás com o vento que vinha da sacada. Eram só sombras, pretas, sem nenhuma cor e no entanto eu podia jurar a cor amarela do cabelo e a rosa choque da calcinha.

Foi um daqueles momentos que de tão rápidos a gente não sabe falar como foi que começou, quando me dei conta meu sapato não estava nem no meu pé, nem mais na minha mão, ele voava querendo alcançar o quarto andar do prédio branco com a sacada preta, errando por muito, acertando só a guarita do porteiro.

Sai andando com uma digna claudicação, pois nada daquilo se tratava de orgulho ferido ou raiva e sim de um sapato quebrado que encontrava seu destino. Afinal eu não era do tipo que mulher que guardava rancor, sapatos quebrados e ressentimentos.