A da casa tá cansada da tensão peri-hospital, peri-reforma, do dia-a-dia-filha-mais-velha (com ou sem hifens e tudo junto), que tudo sabe, nada é poupada, que mais ainda enxerga, que se envolve em toda a alma e no entanto sendo só a segunda prateleira da árvore genealógica nada pode fazer além de torcer, rezar e continuar enxergando tudo melhor que as outras prateleiras.
A da medicina anda obcecada por currículos. papeis, gráficos, dados, palestras, provas, e todo tipo de pseudo-ciência que muito envolve do "saber" e pouco acrescenta da essência do que realmente, e provavelmente, é a medicina. Longe dos pacientes e perto das doenças, longe, muito longe de ser tudo aquilo que eram os sonhos, bem perto da mediocridade.
A dos espíritos está esperando que o apocalipse venha a porta e diga "e ai, qual que é?" pra voltar a estudar (essa sim, uma das verdadeiras sabedorias), se dedicar, e arrumar toda a bagunça que devem estar esses outros planos ( a saber pela medida dos sonhos que a dos espíritos anda tendo).
Ainda tem a das poesias que anda com os olhos cheios de lágrima, molhando paginas por ai, a do time que anda tão desapontada, a das músicas que nunca mais se ouviu, a do amor, tão desesperadoramente aborrecida de tudo que anda vendo, sentindo, cheirando e ouvindo que deixou só a ausência de lembrança.
"Tudo somado, devias,
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho" - C.D. Andrade
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